Vi-a bela, soberba, distante,
Tudo por obra de um momento
Mas mercê desse instante
Ficou-me no pensamento.
Gravo a doce visão
Da deidade que não tive
Desejo a destruição
Da imagem que em mim vive.
Imagem tão inefável
De doce e cruel magia
Geradora implacável
De júbilo e nostalgia.
Se existindo a não visse,
Na ventura de um momento,
Sinto mas talvez não sentisse
Nem júbilo nem sofrimento.
Foi tudo obra do acaso
Fruto do relógio dos tempos
Ao vê-la naquele momento
Vi a vida feita de momentos.
Afonso Costa
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