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domingo, 31 de outubro de 2010

CONTINGÊNCIA

Do cosmo da contingência desprendida
Belisca-me mão fria que arrepia
Tornando minha sorte adormecida
Com pesadelos da noite e do dia.

Mão inexorável a que sou sujeito
Conduz-me ao patíbulo do terror
Retalhando entranhas do meu peito
Surda à voz desta minha dor.

De forma súbita invadiu meu terreno
Alma dos meus sentimentos cultivada
Lançando-lhe sementes de veneno
Deixando-me a vida envenenada.

Incompreensível sua cruel heresia,
Devasta como a cegueira do tornado
Esbulha -me dons do meu dia-a-dia
Bens que os Deuses me tinham dado.

Afonso Costa

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