Pesquisar neste blogue

sábado, 9 de outubro de 2010

POR QUE VOU AOS SÁBADOS PARA O GERÊS

Por que se aquilo que sinto não sentisse
Ou se ao senti-lo o não dissesse
Seria como que se olhando eu não visse
Ou como corpo que espírito não tivesse.

Ando há anos nos muitos sábados
A sorver e mergulhar meus sentidos
Na beleza que se fita por todos os lados
Aos meus olhos ávidos e embebidos.

Abilheira, Bilhares, Conho, Matança
São amostragem de locais no Gerês
Olho-os com o sincretismo da criança
Como se os visse pela primeira vez.

As frondosas e polícromas vertentes,
Serpenteadas por águas abundantes,
Recortam nos sopés formas diferentes
Desenhando superfícies fascinantes.

Prados, campos, planaltos, outeiros,
Pintados pela lenta matiz solar,
Parecem na natureza os mensageiros
Que alvorecem os mitos por revelar.

Ao adorno por tantas rochas franjadas,
Com verdes mantos da flora pelas beiras,
Juntam-se-lhe águas das nascentes e levadas
Para tombarem em deslumbrantes cachoeiras.

Trepando do Toco até ao Videirinho,
De subida em subida mais se extasia
Pois a altitude é porta de um caminho
Repleto de beleza e de poesia.

Passear pelas montanhas do Gerês
É sentir-me beijado pela natureza
Ser tocado com suave languidez
Por massagens de sublime beleza.

Afonso Costa

4 comentários: