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segunda-feira, 4 de julho de 2011

E a soberba deita-se ao lixo

Sem rumo e orientação certa
Busca rebusca no pensamento
Ansiando almejar a descoberta
O elixir evanescente p’ró tormento

São dias, meses que somam anos
Momentos de expectantes ilusões
Salas maquilhadas por desenganos
Atulhadas de angústias e aflições.

Perdem a calma à entrada da porta
Com o horizonte tão longe ou perto
Diagnóstico: pessoa viva ou morta
O ânimo é alegria que se faz deserto

Interrogam-se e arranjam conversa
Surgem sintomas comuns na doença
O relógio avança, mas não tem pressa
Ao médico lhes difere a presença

São assim as salas dos hospitais
Das casas de saúde e consultórios
Andar nuns ou noutros demais
É seguir rumos contraditórios.

Sai-se a porta entra-se na porta
Espreita-se o doente que espera
Queima-se um cigarro que conforta
Numa ansiedade que exaspera.

Tormentos ávidos de acalmia
Escutam-se gemidos no espaço
Fumam-se cigarros em demasia
Fica-se preso ao que resta no maço.

São metas de chegada dos projectos
Postos de lado por feroz consumição
Ali, a tragédia tem seus arquitectos
Só a esperança derruba a construção.

Conseguida a sobrevivência
O êxito constrói inefável nicho
O amor perfuma a residência
E a soberba deita-se ao lixo.

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