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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Dedicado ao Pedro

Não há regra sem excepção
E as conclusões estão certas
Só tenho um neto varão
De resto são tudo netas

Deviam ser talvez onze e seis
Da hora me lembro mal,
Lembro ser dia de Reis
Quando saíste do hospital.

Pequei-te entre os braços
Agarrou-te meu pensamento
Que vem seguindo teus passos
No teu caminho do tempo.

Desde muito pequeno
Que tua aflição vinha
Alterar teu ar sereno
Ao gritares a comidinha

Nas praias de Santo André
Tu e teu Carlitos no mar
Aproveitavam a maré
Para os peixes espreitar.

Não posso estranhar
Dado que estava à vista
Que tão dedicado ao mar
Tinhas que dar em surfista.

Nesse desporto és amestrado
Mas na bola teu pé desafina
Por isso chutas para o lado
As ordens da Catarina.

Só com uma expressão
Vi que tua alma se filia
Em teres no coração
A sede da tua família.

É tão grande o teu zelo
Que me deste a descoberta
Como arrumar o cabelo
Para tapar a careca.

Arriscas nas ondas do mar
Em terra a dos meliantes
Nestas não te vais afogar
Teus avós estão vigilantes.

Afonso Costa

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